Tuesday 30 September 2008

A felicidade e o casal

“Lembrem-se de Proust em Em busca do tempo perdido: ‘Albertine presente, Albertine desaparecida...’ Quando ela não está presente, ele sofre atrozmente: está disposto a tudo para que ela volte. Quando ela está presente, ele se entedia: está disposto a tudo para que ela vá embora. Não há nada mais fácil do que amar quem não temos, quem nos falta: isso se chama estar apaixonado, e está ao alcance de qualquer um. Mas amar quem temos, aquele ou aquela com quem convivemos, é outra coisa! Quem não viveu essas oscilações, essas intermitências do coração? Ora amamos quem não temos, e sofremos com essa falta: é o que se chama de um tormento amoroso; ora temos quem já não nos falta e nos entediamos: é o que chamamos um casal. E é raro que isso baste a felicidade.

É o que Schopenhauer, como discípulo genial de Platão, resumirá bem mais tarde, no século XIX, numa frase que costumo dizer que é a mais triste da história da filosofia. Quando desejo o que não tenho, é a falta, a frustração, o que Schopenhauer chama de sofrimento. E quando o desejo é satisfeito? Já não é sofrimento, uma vez que já não há falta. Não é felicidade, uma vez que já não há desejo. É o que Schopenhauer chama de tédio, que é a ausência da felicidade no lugar mesmo da sua presença esperada. Você pensava: ‘Como eu seria feliz se...’ E ora o se não se realiza, e você é infeliz; ora ele se realiza, e você nem por isso é feliz: você se entedia ou deseja outra coisa. Donde a frase que eu anunciava e que resume tão tristemente o essencial: 'A vida oscila pois, como um pêndulo, da direita para a esquerda, do sofrimento ao tédio'. Sofrimento porque eu desejo o que não tenho e porque sofro com essa falta; tédio porque tenho o que, por conseguinte, já não desejo.”

André Comte-Sponville, em A Felicidade, Desesperadamente

Sou uma leitora assídua do fotolog de Carol Cigerza. Fui apresentada a esse livro do André Comte-Sponville através dessas leituras. E esse trecho do livro, que ela publicou no fotolog, é muito apropriado e atual para ser ignorado. Então resolvi postar aqui também.

Eu estou construindo aos poucos a minha teoria de que o problema é que nós colocamos a felicidade fora de nós mesmos, nas coisas e em outras pessoas. Por isso a vida oscila entre sofrimento (na falta de algo externo) e tédio (em não querer mais aquilo que já se tem).

Acho que nós confundimos felicidade com a adrenalina da conquista. Infelizmente, isso parece verdadeiro para todos nós. Mas, sem estar casado e feliz consigo mesmo, a vida vai seguir sendo uma monogamia (ou poligamia) consecutiva, onde sempre se precisa de mais e mais.

É, vamos continuar filosofando pra ver se a gente encontra uma saída.

Friday 19 September 2008

Parabéns a todos



Hoje, dia 19 de setembro, recebi uma notícia que estava esperando há algum tempo. Walberto, colega de núcleo de pesquisa e um dos meus melhores amigos, passou num concurso muito esperado e vai assumir como professor de avaliação psicológica da Universidade Federal do Ceará. Essa notícia foi recebida com muita alegria por todos os amigos e familiares, todos nós que acompanhamos a trajetória profissional de Walberto. Todos sabemos o quanto ele merece este emprego, e o quanto esta segurança financeira foi algo esperado e necessário.

Esses eventos de hoje me fizeram parar pra pensar em muita coisa. A ansiedade da espera e a alegria de receber a notícia parecem as mesmas, estando aqui ou estando no Brasil. Mas depois de alguns momentos, a gente descobre que não, não é a mesma coisa.

Por mais alegria que a notícia tenha me dado (e aqui vou abrir espaço pra reconhecer o meu egoísmo neste momento), me vi incrivelmente triste depois de alguns poucos minutos. Uma vontade enorme de chorar por não estar perto, por não estar compartilhando desses momentos tão especiais, por não estar perto das pessoas que eu amo.

Não é inveja, não é ciúme. É pura e exclusivamente uma necessidade urgente e vital de compartilhar esses momentos. De estar perto dos meus amigos. De me sentir parte dessa (de uma) comunidade. Porque felicidade só é real se for compartilhada.

Desde que cheguei aqui na Inglaterra, trabalhei bastante pra me sentir bem, pra sentir que tinha um propósito, que pertencia a este lugar durante este período. Entendo o propósito, sinto que faço parte disto tudo. E sou sincera quando digo que me encontrei aqui e encontrei o que vim procurar. Mas, ao mesmo tempo em que sei que moraria aqui por muitos anos se fosse possível, me vi dividida entre dois lugares: um tem a minha cabeça, o outro tem o meu coração. Não é natural estar tão longe da família.



Mesmo que não possa estar perto pra compartilhar, quero que Walberto e Sandra saibam o quanto estou feliz por essa conquista e o quanto eu gostaria de comemorar com eles essa vitória.

O professor Valdiney também está de parabéns. Não apenas Walberto, mas outros dois alunos, Josemberg e Sandra, também foram aprovados em concursos semelhantes em outras universidades. O BNCS está se tornando um grupo cada vez mais forte e os frutos já estão sendo colhidos.

Saudades de todos.
Chego em casa em breve.

Friday 12 September 2008

Madonna, Sticky & Sweet


Madonna Louise Ciccone Ritchie nasceu no dia 16 de agosto de 1958, em Bay City, Michigan. Ela começou a carreira de cantora em 1983 com o lançamento do primeiro cd, que leva seu nome.

CDs:
1983 - Madonna
1984 - Like a virgin
1986 - True blue
1987 - You can dance
1989 - Like a prayer
1990 - I'm breathless
1990 - The immaculate collection
1992 - Erotica
1994 - Bedtime stories
1995 - Something to remember
1997 - Evita
1998 - Ray of light
2000 - Music
2001 - Greatest hits volume 2
2003 - American life
2003 - Madonna Remixed and revisited
2005 - Confessions on a dance floor
2008 - Hard candy

Turnês:
1985 - "The Virgin Tour"
1987 - "Who's that girl"
1990 - "Blond ambition"
1993 - "The girlie show"
2001 - "Drowned"
2004 - "Re-invention"
2006 - "Confessions"
2008 - "Sticky & Sweet"

Eu tinha 6 anos de idade quando ela lançou o primeiro disco. Não tenho a menor idéia de quando comecei a acompanhar a carreira dela. O que eu sei é que ainda tenho guardados os discos de vinil de Like a Virgin, True blue e Like a prayer. Esses dois últimos são dois dos meus discos favoritos. Hoje, tenho todos os cds, incluindo as coletâneas. Assisti em dvd as turnês "Blond ambition", "The girlie show", "Drowned", "Re-invention" e "Confessions". Madonna foi uma das grandes responsáveis pelo meu amor por pop music. E por gostar de dançar. E por gostar de estudar e pesquisar sexualidade.



Ontem dia 11 de setembro de 2008, eu tive o prazer de assistir ao vivo a turnê mais recente, chamada "Sticky & Sweet". Nunca imaginei que isso fosse acontecer algum dia.



Eu e mais três amigos da universidade (a romena Letitia, a escocesa Julie e o grego Vagelis) saímos de Canterbury às 13h20 e chegamos no estádio às 16h30. Mais de 90 mil pessoas dentro do estádio de Wembley, em Londres. Dentre elas, alguns famosos: Gwyneth Paltrow, Kate Hudson, a cantora Fergie e Penélope Cruz foram fotografadas incessantemente antes do show começar. Quando as luzes se apagaram, todas as câmeras e todas as pessoas se voltaram para o palco.

O show começou às 21h e durou 2 horas. Vinte e três canções no repertório:



- Candy shop (abertura



- Beat goes on (com participação em vídeo de Kanye West)
- Human nature (com vídeo de Britney Spears)
- Vogue

Pausa para a diva trocar de roupa, com uma apresentação dos dançarinos ao som de Die another day

- Into the groove (a música mais vendida por Madonna no Reino Unido)
- Heartbeat (minha favorita do cd novo)
- Borderline (que ela transformou numa versão hard rock excelente)
- She's not me
- Music

Mais uma pausa, com os dançarinos ao som de Rain



- Devil wouldn't recognize you
- Spanish lesson
- Miles away



- La isla bonita (numa versão acompanhada por ciganos romenos, uma festa linda)



- You must love me (minha música favorita do musical Evita, simplesmente perfeita)

Última pausa, enquanto um vídeo sobre pobreza e aquecimento global era mostrado nos telões, lembrando a todos que é responsabilidade de cada um mudar o que está acontecendo.

- 4 minutes



- Like a prayer (chorei nesse momento do show)



- Ray of light (pulei e dancei feito uma maluca)
- Hung up (em versão hard rock)
- Versão a capella de Express yourself, acompanhada pelo público, depois de agradecer a Deus porque não choveu.
- Give it 2 me

Foram 2 horas perfeitas. Como só um show da Material Girl pode ser.

É claro que faltaram muitas músicas, mas era impossível esperar que ela cantasse todos os clássicos. Foi uma noite maravilhosa, uma experiência incrível e algo que eu vou lembrar por muito, muito tempo.

Wednesday 10 September 2008

"Viver é desenhar sem borracha."

Millôr Fernandes

Tuesday 2 September 2008

Coisas

Hoje está fazendo...
- 16 graus...

Estou ocupada com...
- a tese (não existe variação nesta resposta)

Acordei cedo para...
- nada. Acordei foi tarde, às 09h50 da manhã. Levantei e fui assistir Gilmore Girls, o meu vício matinal.

Tenho comido muita...
- besteira

Ontem eu preparei...
- bolo de fubá (ficou bom...)



Tenho ouvido o tempo inteiro...
- música clássica (ajuda a relaxar e concentrar na tese)

Acabei de ler...
- High fidelity, de Nick Hornby

Estou lendo...
- nada por enquanto... tentando me decidir qual o próximo livro

Filmes mais recentes...
- Mamma Mia (MUITO BOM!! Me acabei de rir nesse filme)
- Nausica of the valley of the wind (muito bom)
- Arthur and the invisibles (filme infantil legal)
- 27 dresses (muito bom)
- Happy-go-lucky (engraçado, com final estranho)
- Etre et avoir (documentário muito interessante)

Próximos filmes são...
- Rabbit proof fence (filme australiano, indicação da amiga Yvonne)
- Spiderwick (Filme infantil, indicação de Lauryn. Segundo ela, dá pesadelos...)

Site mais visitado ultimamente:
- Fabrício Carpinejar (http://www.fabriciocarpinejar.blogger.com.br/);

Saudade grande:
- de quem está distante

Foto mais recente:


Local: Casa de Erick, em Whitstable
Data: 30/08/08
Evento: preparação de escondidinho

Na foto, eu e Cadu brigando pela macaxeira.

Essa semana eu vou...
- fazer minha primeira aula de tango (quarta)
- jantar num restaurante tailandês, para conhecer o novo brasileiro que chegou aqui (quinta)

Quote:

"Too often the thing you want the most is the thing you can't have. Desire leaves us heart broken, it wears us out. Desire can wreck your life. But as tough as wanting something can be, the people who suffer the most are those who don't know what they want."

Grey's Anatomy